Hytalo Santos é acusado de produzir e divulgar vídeos com adolescentes, afirma Ministério Público

O influenciador Hytalo Santos, junto ao marido Israel Vicente, conhecido como Euro, está no centro de um processo criminal na Paraíba que o acusa de tráfico de pessoas, exploração sexual e pornografia infantil. No dia 30 de novembro de 2025, a TV Globo exibiu em seu programa Fantástico trechos do depoimento de Hytalo, colhidos durante audiências no estado. O vídeo mostra o influenciador em estado de choque, alegando que as acusações o surpreenderam e que seu conteúdo retratava apenas o cotidiano da periferia e coreografias de brega funk. A divulgação desses trechos gerou repercussão nas redes sociais, com o público dividido entre apoio ao acusado e exigência de responsabilização.

No depoimento, Hytalo declarou que nunca produziu material sexualizado e que os vídeos mostravam jovens dançando. O Ministério Público, porém, sustenta que os vídeos, em alguns casos, apresentavam crianças e adolescentes em ambientes controlados, como o condomínio de Bayeux, próximo a João Pessoa, onde o casal teria morado. A acusação baseia-se na interpretação de que a exposição de menores em vídeos que recebem milhares de comentários pode constituir exploração. Durante a audiência, o promotor questionou se Hytalo percebeu comentários de natureza sexual, ao que o influenciador respondeu que não acompanhava todas as interações, citando que os comentários atingiam 20 mil a 30 mil por vídeo.

Além do processo penal, Hytalo e Israel enfrentam ações trabalhistas. O caso ganhou atenção nacional após o influenciador Felca publicar um vídeo criticando a “adultização” de menores na internet, o que levou o GAECO a solicitar a prisão do casal. Os dois foram detidos em São Paulo e transferidos para a Paraíba, onde o pedido de soltura foi negado. A defesa, liderada pelo advogado Sean Kombier Abib, argumenta que não há registro de pornografia nos vídeos e que a lei não criminaliza o ato sensual, destacando que a “pornografia não está demonstrada”. Segundo o defensor, os pais dos adolescentes eram os responsáveis pelas remunerações e os influenciadores apenas ofereciam benefícios como rifas e publicidade, sem pagamento direto das plataformas.

O Ministério Público manteve a postura de que os vídeos podem caracterizar exploração sexual, pois alguns adolescentes “morarão” no condomínio e teriam recebido benefícios em troca da participação nas gravações. A investigação continua, com a análise de provas e depoimentos de envolvidos. Em paralelo, o tribunal da Paraíba tem avaliado se a prisão preventiva deve ser mantida, considerando a gravidade das acusações e a possibilidade de fuga. O caso reflete o crescente debate sobre a regulação de conteúdos de influência digital que envolvem menores, assim como a responsabilidade de criadores de conteúdo perante a legislação de proteção à infância e à juventude.

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