A bandeirada de fim de temporada da Stock Car Light, dada neste domingo no autódromo de Brasília, selou para Bruna Tomaselli um 9º lugar geral entre 24 pilotos — melhor posicionamento feminino já obtido na categoria desde 2018. O resultado não apenas garante a única mulher do grid de acesso entre as classes Pro e Light como amplia para dez pontos percentuais sua vantagem sobre o 10º colocado da tabela, consolidando a pilotista catarinense como nome recorrente no top-ten nacional. A implicação é direta: com 41 pontos somados nas etapas de Interlagos e Velopark — suas melhores performances em 2025 —, Tomaselli acumula agora 123 pontos na temporada e assegura, pelo regulamento, vaga direta na pré-temporada de testes coletivos da Stock Car Pro, além de isenção de 50% da taxa de inscrição para 2026, benefício estendido aos dez primeiros do Light.

O ano, porém, não foi linear. Das 12 etapas disputadas, a equipe #17 teve sete corridas pontuadas por problemas mecânicos — entre eles, a perda de 20 km/h de velocidade de reta no domingo em Brasília, provocada por falha no motor que a rebaixou de 7º lugar na corrida 1 para 15º e 14º nas duas seguintes. Apesar das oscilações, a consistência nos circuitos de São Paulo e Rio Grande do Sul, onde somou quatro top-5 seguidos, manteve o retrospecto positivo. O desempenho coloca ainda Tomaselli como a terceira pilota mais jovem a alcançar o top-10 da Stock Light — atrás apenas de Guilherme Salas e Felipe Fraga na história da categoria — e projeta cenário de patrocínio: duas marcas de autopeças já demonstraram interesse em fechar contrato de performance para a próxima temporada, o que pode resolver o histórico déficit de orçamento que, segundo membros da equipe, chegou a 30% em 2025.

A presença feminina, outro eixo da trajetória, ganha corpo com números oficiais da Confederação Brasileira de Automobilismo: em 2025, houve 40% de aumento no número de meninas inscritas nas escolinhas de kart filiadas, reflexo direto da exposição de Tomaselli e da campanha “É para todos”, lançada pela própria piloto em parceria com a FIA Girls on Track. A própria equipe #17 ampliou o quadro funcional, contratando duas engenheiras e uma mecânica — todas formadas pelo programa. Na visão da assessoria, o ambiente mais plural contribuiu para redução de 12% no tempo de pit stop nos boxes de Interlagos, etapa em que a estratégia de duas paradas rendeu o pódio. Para 2026, o plano é ampliar a base: a academia de pilotos que a equipe mantém em Florianópolis abrirá 30% das vagas para alunas de escolas públicas, meta que, se cumprida, colocará 12 novas candidatas no circuito regional de kart já no primeiro semestre.

Ainda sem data oficial, mas com expectativa de confirmação até 15 de dezembro, a próxima temporada terá calendário ampliado para 14 etapas, incluindo retorno de Santa Cruz do Sul e estreia de Mogi Guaçu. A equipe técnica já solicitou homologação de novo chassis, com foco em redução de 18 kg e melhorias de suspensão que, em simulações, renderam ganho médio de 0s4 por volta no traçado de 3.800 m de Interlagos. Com a vaga garantida nos testes coletivos de fevereiro, Tomaselli terá 12 dias de pista antes da abertura do campeonato — número duas vezes superior ao de 2025, quando o orçamento limitou os treinos a seis dias. A expectativa, compartilhada por engenheiros e patrocinadores, é que o aumento de preparo reverta em mais pontos nas primeiras corridas, fator que poderá definir, já na metade do campeonato, se a piloto consegue repetir ou superar o top-5 entre os pilotos da Light.

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