Um jovem de Brasília, autodenominado “Nex”, chamou a atenção das redes sociais e da polícia civil ao publicar, em 25 e 26 de novembro de 2025, vídeos em que entrega facas a moradores de rua no Distrito Federal. O conteúdo, alegando “deixar o Brasil mais seguro”, gerou mais de 1 000 000 de visualizações e 100 000 curtidas no TikTok, mas também acendeu investigações da Polícia Civil e da Polícia Militar do DF. A ação foi registrada em dois pontos do capital: frente ao supermercado Comercial Reis, no Paranoá, e na região da Asa Norte, entre o Eixão e a W3.
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No primeiro vídeo, Nex aparece cumprimentando um homem de rua que descansa sobre um papelão na calçada. Ele retira uma faca de uma sacola plástica e a entrega ao morador, que levanta-se para aceitar o “presente”. No segundo vídeo, publicado o dia seguinte, a cena muda: o jovem entrega outra faca a um homem em situação de rua, que logo após recebe a arma, corre e o persegue. O vídeo termina com Nex fugindo enquanto continua a gravar. A diferença de desfechos sugere uma mudança na intenção ou na percepção de risco entre as duas situações.
Segundo a Polícia Militar do DF, a conduta de Nex pode configurar contravenção penal, uma vez que envolve a posse e entrega de arma branca sem justificativa legal. Por esse motivo, a 6ª Delegacia de Polícia da Paranoá iniciou investigação. Ainda não há declarações oficiais do jovem e a reportagem não conseguiu contato com ele. A Polícia Civil confirma que o caso está sendo analisado, mas detalhes sobre eventuais medidas cabíveis ainda não foram divulgados.
O episódio destaca o uso de plataformas digitais para ações que geram repercussão imediata e, ao mesmo tempo, envolvem questões legais complexas. A rapidez com que o conteúdo se espalhou – mais de 1 000 000 de visualizações em poucos dias – demonstra o potencial das redes sociais para amplificar comportamentos controversos. O fato de o caso ter sido registrado em locais públicos de Brasília e a atenção de autoridades militares e civis reforçam a gravidade percebida pela comunidade policial, que observa que a distribuição de facas, mesmo que em intenção de “segurança”, pode violar normas de posse e circulação de armas. O caso permanece em investigação, sem mais informações sobre possíveis processos ou medidas administrativas.