Em 30 de novembro de 2025, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) manifestou apoio ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após este divulgar nota criticando a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em formalizar o envio da indicação de Jorge Messias, Advogado-Geral da União, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação havia sido anunciada em 20 de novembro, mas até agora o Palácio do Planalto não enviou a mensagem formal ao Congresso. Moro escreveu em sua conta oficial no X que “ao presidente da República cabe indicar e ao Senado cabe aprovar ou rejeitar o nome indicado ao STF”, declarando solidariedade a Alcolumbre contra o que chamou de “campanha de desqualificação” promovida por setores do Executivo.

A tensão entre os Poderes começou quando Lula escolheu Messias para ocupar a vaga no STF, contrariando a expectativa de Alcolumbre, que defendia a indicação do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo o regimento interno, a sabatina e a votação do indicado só podem ocorrer após o recebimento formal da mensagem presidencial, que inclui o nome, a ficha biográfica e os textos legais de indicação. O presidente do Senado marcou a sabatina para 10 de dezembro, mas informou que a data só será confirmada quando a documentação chegar. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), reconheceu a impasse e afirmou que o governo trabalha para resolver o impasse “nos próximos dias”, sem confirmar se Lula levará pessoalmente o envelope ao Congresso.

A demora gerou reações em várias frentes parlamentares. Líderes governistas argumentam que o intervalo entre anúncio e envio formal não é inédito e citam precedentes de gestões anteriores. Já a oposição, alinhada a Alcolumbre, lê o atraso como tentativa de pressionar o Senado diante da resistência de parte dos senadores à escolha de Messias. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Flávio Arns (PR-PR), afirma que a CCJ aguarda a mensagem para iniciar a análise da ficha técnica e das informações do consultório jurídico, etapas obrigatórias antes da sabatina no plenário. Caso o documento chegue após 10 de dezembro, a data da sabatina será adiada automaticamente para o ano novo, pois o recesso parlamentar começa no dia 22 de deprazo.

A disputa tem potencial de afetar a pauta legislativa. Alcolumbre já avisou que não colocará em votação projetos de interesse do governo até que a indicação chegue formalmente. A medida envolve desde a reforma tributária complementar até a proposta de orçamento de 2026. Por outro lado, líderes do governo na Câmara dos Deputados indicam que podem acelerar votações que dependem apenas do Poder Legislativo, como a PEC que modifica regras fiscais, para demonstrar que a paralisia não é generalizada. No Senado, a expectativa é de que a mensagem seja entregue até 5 de dezembro, o que permitiria manter a sabatina no dia 10. Caso contrário, a crise se arrastará para 2026, quando o calendário eleitoral no Congresso tende a reduzir o tempo para grandes votações.

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