Sergio Camargo no DF: como é o delicado processo de trazer obras raras e inéditas ao Teatro Nacional

A mostra inédita “É Pau, É Pedra…” dedicada ao escultor Sergio Camargo será inaugurada no Foyer da Sala Villa‑Lobos, no monumental Teatro Nacional de Brasília, no dia 10 de dezembro. O evento, organizado pela revista Metrópoles, terá visita gratuita e permanecerá aberta ao público até 6 de março, oferecendo ao público a oportunidade de contemplar obras que revelam a maturidade e a inquietação do artista que faleceu em 1990, mas que continua influenciando gerações de artistas brasileiros.

O projeto representa a maior exposição já realizada no Brasil sobre o gênio de Sergio Camargo e envolve um processo de coleta, documentação, conservação, embalagem, transporte, montagem e devolução que foi detalhado pela conservadora e restauradora Angela Freitas. De acordo com ela, a coleta começa com a visita ao local onde a obra se encontra – seja em uma galeria, na posse de um colecionador ou no próprio atelier do artista – seguida da documentação completa do estado de conservação. Em seguida, são registradas perdas, restaurações e marcas, com atenção especial a todos os lados da escultura. Após a embalagem, a obra é enviada de São Paulo para Brasília por uma transportadora especializada. Quando chega ao teatro, o processo de inspeção é repetido na direção inversa; a conservadora verifica se não houve alterações e avalia as condições de climatização do espaço, ajustando, por exemplo, a instalação de peças de madeira na parte superior do salão.

A exposição terá duração de três meses, período durante o qual a equipe de conservação realizará inspeções regulares e reembalagem das peças, garantindo sua integridade. Ao término, as obras são enviadas de volta, desta vez para São Paulo, onde uma última checagem é feita antes de devolvê‑las à coleção, galeria ou ao artista. A logística de transporte e conservação, detalhada em cada etapa, demonstra o cuidado necessário para expor obras tão raras e inéditas.

O evento destaca a importância de Sergio Camargo na história da escultura brasileira. Seu legado visual, baseado na extração de potência de formas geométricas, continua a influenciar artistas contemporâneos e a enriquecer o panorama cultural do país. A mostra, que combina a grandiosidade do Teatro Nacional com a singularidade das obras de Camargo, oferece ao público uma experiência inédita, ressaltando a relevância da preservação e divulgação da arte brasileira.

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