Um vídeo que circulou amplamente nas redes sociais, mostrando uma suposta “fábrica de visualizações” sendo desmontada por policiais, foi identificado como uma produção gerada por inteligência artificial (IA). A gravação, que acumulou milhares de curtidas, compartilhamentos e visualizações no TikTok, Instagram, X e Facebook, mostrava agentes invadindo um imóvel com dezenas de celulares ligados simultaneamente, supostamente usados para inflar artificialmente visualizações, curtidas e engajamento de vídeos. No entanto, uma investigação concluiu que o vídeo não retrata uma operação real, apresentando erros anatômicos, objetos distorcidos e insígnias e brasões em uniformes que não correspondem aos usados por polícias estaduais brasileiras.

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A desconfiança em relação ao vídeo surgiu devido a vários indícios de falsificação, incluindo a ausência de registros em veículos de imprensa, boletins policiais ou órgãos de segurança pública de uma operação similar em São Paulo, Ceará ou em qualquer outra parte do país. As secretarias de segurança dessas unidades, apontadas em algumas versões do vídeo, negaram ter realizado ação de “desmonte de fazenda de visualizações”. Além disso, especialistas em detecção de conteúdo gerado por IA aplicaram ferramentas técnicas ao material e identificaram uma pontuação agregada de 99,6% de chances de que o vídeo tenha sido criado artificialmente. Essa tecnologia, conhecida como deepfake, permite a criação de vídeos e imagens sintéticas com alta precisão.

A disseminação de conteúdo falso gerado por IA levanta preocupações sobre a credibilidade das informações compartilhadas nas redes sociais. É fundamental que os usuários adotem uma postura crítica diante de vídeos sensacionalistas, buscando fontes confiáveis e verificando se há evidências concretas da operação antes de compartilhar ou acreditar na informação. A habilidade de distinguir entre conteúdo real e gerado por IA é essencial para evitar a propagação de notícias falsas e garantir a integridade da informação. A conscientização sobre a existência e os riscos do deepfake e de outras formas de manipulação digital é um passo importante nesse processo.

A capacidade de criar conteúdo convincente com IA tem implicações significativas em várias áreas, incluindo segurança pública, política e comunicação. A exemplo disso, a inteligência artificial pode ser usada para criar pornografia explícita, como mencionado em outras notícias. Diante disso, torna-se cada vez mais necessário o desenvolvimento de métodos eficazes para detectar e combater o uso indevido dessas tecnologias. Enquanto isso, os usuários devem permanecer vigilantes e informados para lidar com as complexidades do conteúdo digital. A verificação de fatos e a checagem de fontes são práticas recomendadas para navegar pelo ambiente digital de forma segura e responsável.

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